Fraude no Bolsa Família pode ser de 3,8 mil casos

Profissionais que atuam no Bolsa Família em Ponta Grossa devem começar a revisar o cadastro de 3,8 mil famílias que estão com situação irregular. Através de cruzamentos de dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadaÚnico) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), o governo federal constatou que estas famílias não se enquadram no perfil do programa. Ou seja, tem renda mensal superior a R$ 140 - prerrogativa do Bolsa. Dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM) apontam ainda que algumas destas famílias possuam até veículo. "Por isso a partir de setembro vamos fazer esta revisão através de assistentes sociais para apurar a situação irregular", afirma Rita de Cássia Mello Correia, gerente do Programa Social Básico do Município. O trabalho só não começará antes, segundo Rita, pelo fato de que até o dia 31 deste mês, Ponta Grossa deve atualizar o cadastro três mil famílias. "Ao todo seis mil necessitavam fazer a atualização dos dados, que é obrigatória a cada dois anos. Quem não atualizar os dados terá o programa bloqueado a partir do próximo mês", ressalta Rita. Quem tiver com o cadastro bloqueado ainda pode revisar os dados até dezembro - sem receber a verba. Após este período o cadastro será automaticamente cancelado. Ao todo, Ponta Grossa tem 14 mil beneficiários do programa do governo federal. Para dar conta de atualizar os dados de quem necessita, cerca de 30 pessoas entre funcionários e estagiários - e oito veículos foram acionados para visitar as famílias em suas residências. No entanto, Rita conta que a dificuldade em atualizar os dados prossegue. "De 272 famílias visitadas entre os dias 10 e 20 deste mês, 105 atualizaram os dados, 53 mudaram de endereço, 24 mudaram de cidade e 98 endereços não foram localizados. A necessidade de atualizar os dados é para manter o Bolsa Família em dia, se a situação da família está melhorando, se os dados estão corretos e se a família se enquadra nos requisitos do Bolsa", enfatiza Rita. Mãe de quatro filhos, dona-de-casa, casada, Fabiana Aparecida da Silva ganha com o Bolsa Família R$ 120 por mês. Ela procurou o Centro de Ação Social para atualizar os dados, já que ainda necessitam de uma renda extra. "Meu marido ganha pouco e com o dinheiro do programa eu consigo comprar uma roupa, uma comida melhor para os meus filhos. Não posso deixar bloquear o meu cartão", diz. Bolsa Família paga de R$ 22 a R$ 200 por beneficiário Os valores pagos pelo Bolsa Família variam de R$22 a R$200, de acordo com a renda mensal por pessoa da família e com o número de crianças e Adolescentes de até 15 anos e de jovens de 16 e 17 anos. Programa Bolsa Família tem três tipos de benefícios: o Básico, a Variável e o Variável Vinculado ao Adolescente. O Benefício Básico, de R$ 68, é pago às famílias consideradas extremamente pobres, aquelas com renda mensal de até R$ 70 por pessoa (pago às famílias mesmo que elas não tenham crianças, adolescentes ou jovens). O Benefício Variável, de R$ 22, é pago às famílias pobres, aquelas com renda mensal de até R$ 140 por pessoa, desde que tenham crianças e adolescentes de até 15 anos. Cada família pode receber até três benefícios variáveis, ou seja, até R$ 66. O Benefício Variável Vinculado ao Adolescente (BVJ), de R$ 33, é pago a todas as famílias do Programa que tenham adolescentes de 16 e 17 anos freqüentando a escola. Cada família pode receber até dois benefícios deste tipo.Cadastro o que precisa: Basta à família procurar a prefeitura e solicitar a atualização. Por que: Para controlar e evitar fraudes no programa social Documentos necessários: Certidão de nascimento dos membros da família menores de 16 anos, RG dos membros da família a partir de 16 anos, declaração da escola dos membros da família com idade de 06 a 15 anos e cartão de vacinação dos menores de 07 anos. O responsável pelo benefício precisa apresentar o cartão do Bolsa Família, documento de identidade, CPF e comprovante de residência, no momento do recadastramento.

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