" Assessor importâncias de Aceitar "missões impossíveis

Foto Henrique Jr

Há erros que permanecem na esfera privada do indivíduo e há aqueles que são visíveis a todos - as falhas políticas pertencem a esta última categoria. Por isso, suas conseqüências são, muitas vezes, destruidoras. Manifestando-se em público, podem ser exploradas pelos adversários e pela mídia, comprometem a imagem e lançam dúvidas sobre a competência, firmeza e prudência do político que as cometeu.
Uma das maneiras de driblar o erro é evitar assumir tarefas cuja execução ultrapasse os limites das possibilidades Em alguns casos há chance de recuperação. Noutros, tal perspectiva é remota, quando não, impossível. Essa é a razão pela qual se costuma dizer que "na política, vence quem erra menos". Mesmo os líderes mais importantes, experientes e poderosos incorrem em equívocos que, embora pareçam pequenos, crescem por conta do prestígio envolvido, podendo adquirir proporções e efeitos desastrosos. Não obstante suas sabedorias, autodisciplina e seu conhecimento, esses políticos são derrotados por sentimentos como a vaidade, a ambição, a arrogância, o ódio, a paixão, a cobiça e outros de natureza similar, que atingem qualquer mortal. Ocorre que o político, sobretudo o governante, não é qualquer mortal: constitui uma autoridade pública e, como tal, seus erros resultam numa dimensão muito maior do que os das pessoas comuns. Aqueles que revertem nas maiores conseqüências costumam derivar das situações de conflito, quando o julgamento é comprometido pelas emoções e as decisões são tomadas rapidamente, num contexto de informações insuficientes, incertezas e riscos inafastáveis. Mais recentemente, com a inclusão universal do assessor como membro permanente da equipe política, cujas funções são delegadas pelo chefe, surgiu um novo tipo de erro: o do próprio colaborador, que possui características diferentes daquele praticado diretamente pelo político. Embora seja de responsabilidade do assessor, é invariavelmente percebido como um equívoco do chefe. Mais ainda: o público desconfia e até descrê de sua imputação ao assessor. Parece-lhe um ato de fuga de responsabilidade e de covardia por parte do líder. Erros menores são facilmente atribuídos aos subordinados, sem maiores conseqüências. Os graves, entretanto, não obedecem a tal dinâmica, ainda que tenham sido efetivamente praticados por assessores.

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