DOENÇA NO CEARÁ Vírus da gripe suína circula só em Fortaleza

A circulação do vírus H1N1, causador da gripe suína, conforme o gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Antônio Lima, ainda é restrita na Capital e concentra-se nas áreas mais nobres como Aldeota, Meireles, Cocó. "A circulação do vírus é restrita e depende muito ainda de casos importados trazidos por pessoas que viajam", disse. Apesar de a América do Sul, no momento, ser um dos continentes com maior número de casos de Influenza A, no Ceará, há uma redução do surgimento de novas pessoas com a doença. De acordo com a SMS, a ocorrência de novos casos vem diminuindo e dos 67 confirmados no Estado, 63 são oriundos da Capital. Em julho foram confirmados 44 casos, enquanto que em agosto, o número caiu para dez. Não existem óbitos pela doença no território cearense. Lima explica que essa baixa no surgimento de novos casos já era esperada e que vai continuar ocorrendo, fato que já percebido também no Sul do País, decorrente também do aumento das temperaturas climáticas. Embora a situação esteja aparentemente sob controle, o gerente da Célula ressalta que a população não deve descuidar das medidas e atitudes para combater a doença, principalmente na higiene das mãos. Já com relação às viagens, o Lima informa que não é recomendação do Ministério da Saúde suspender viagens em roteiros domésticos ou internacionais. "Não é desaconselhável viajar, o Ministério da Saúde não recomenda isso. No entanto, é preciso manter os mesmos cuidados", recomenda. A expectativa, conforme ele, é que a partir do mês de outubro aconteça uma invasão de casos nos países do Hemisfério Norte, por conta do inverno. Por isso, destaca que os laboratórios estão trabalhando forte nas pesquisas em vacinas contra a Influenza A para que consigam interromper, antes deste período, a ocorrência de novos casos no mundo, Capacitação Caracterizada como pandemia, a nova H1N1, também conhecida como suína, tem exigido dos gestores de saúde de todo o mundo mobilização e eficiência para enfrentar o problema. No Brasil, é preciso um esforço redobrado, já que o país possui o maior número absoluto de óbitos causados pela doença. A Secretaria Municipal de Saúde vem adotando medidas que envolvem a orientação, prevenção, controle e notificação de casos. Entre elas a capacitação de profissionais para a identificação, atendimento e encaminhamento de possíveis casos da doença para hospitais especializados. Também investiu na criação de um serviço telefônico gratuito pelo qual a população pode tirar dúvidas sobre a doença, além da vigilância, monitoramento e o informe semanal sobre a doença. Para preparar profissionais, com o objetivo de atender devidamente aos casos suspeitos da nova gripe, as ações de prevenção começaram no mês de maio com capacitação para médicos, residentes, profissionais de Vigilância Sanitária e dos Núcleos de Epidemiologia Hospitalar. De lá para cá, cerca de 800 profissionais que trabalham nos Centros de Saúde da Família, hospitais municipais e Centro de Especialidades médicas José de Alencar, além de Defesa Civil, Guarda Municipal e Santa Cada de Misericórdia, receberam treinamentos sobre a gripe suína. Diretores e professores da rede pública municipal de ensino também passaram por treinamento. O objetivo da SMS é evitar que pessoas com gripe comum venham a ser confundidos com possíveis casos de Influeza A (H1N1). FIQUE POR DENTRO O Ministério da Saúde prioriza entre os casos de síndrome gripal a notificação, a investigação, o diagnóstico laboratorial e o tratamento dos casos com Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e de pessoas com fatores de risco para complicação pela doença, como menores de dois e maiores de 60 anos de idade, gestantes, portadores de doenças crônicas, imuno deprimidos, entre outros fatores. Conforme o Ministério, essa mudança ocorreu porque um percentual significativo - mais de 70% - das amostras de casos suspeitos analisadas em laboratórios de referência, antes dessa mudança, não era da nova gripe, mas de outros vírus respiratórios, ou não era de nenhum vírus. Com o aumento do número de casos no País, a prioridade do sistema público de saúde é detectar e tratar com a máxima agilidade os casos graves e evitar mortes. Esta estratégia foi orientada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e está sendo adotada pelos países com transmissão sustentada, uma vez que qualquer pessoa que apresente síndrome gripal é um caso potencial de influenza A (H1N1).

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