Chega de esperteza! Cansamos de ser otários!

Você ouve os telejornais, lê os jornais e conversa com os amigos e se sente desanimado com tantas notícias ruins sobre o nosso país.Como diz o ditado que notícia ruim corre solta e notícia boa não é notícia ou não interessa a ninguém, fica parecendo que a grande maioria dos brasileiros são desonestos e malandros, não gostam de trabalhar e querem sempre levar vantagem em tudo. Mas isso não é verdade! A grande maioria dos brasileiros é gente trabalhadora, cumpridora de seus deveres e honesta. Até por que não é lógica a hipótese de haver mais espertos do que otários, se não, não poderia haver um número de otários suficiente para tantos espertos. Na verdade, otários são os que pensam que são espertos. Pois o mais esperto é aquele que se finge de otário e aguarda a hora em que o esperto acaba vítima de sua própria esperteza! Como diz o ditado que malandro demais se atrapalha, o mentiroso tem que ter excelente memória, se não acaba vítima de sua própria mentira. Na verdade, o que temos no Brasil é aqueles que se acham muito espertos que são a minoria, e aqueles que começam a não querer mais ser tratados como otários que são a maioria. Por isso o Brasil é aparentemente tão pacífico, apesar de ser tão injusto! É que a grande maioria não aprova o recurso à violência social nem à violação legal. Mas se você quer mesmo fazer algo para melhorar nosso país, além de ficar reclamando dele, a primeira coisa a fazer é participar da vida social, fazer a sua parte, por que um país nada mais é do que um grande coletivo de indivíduos. Ser cidadão na verdade é participar e fazer parte da vida coletiva do Brasil, entendendo o que são os direitos e deveres fundamentais, individuais e coletivos dos cidadãos prescritos no Art. 5º. Para tanto é fundamental entender o que significa cidadania e o estado nacional, criado exatamente para nos garantir direitos fundamentais e nos cobrar deveres. A discussão sobre a missão do Estado, suas atribuições e limites talvez seja a mais antiga discussão da filosofia política, desde que os homens resolveram viver em sociedade. E todos nós concordamos que não cabe apenas aos governantes e ao Estado a responsabilidade em diminuir as injustiças sociais, a pobreza e a proteger os menos favorecidos. Todos nós de alguma forma participamos de alguma organização civil que também luta pela solidariedade. Particularmente no Brasil, temos uma longa tradição de iniciativas de mútua-ajuda social, a começar pelas próprias igrejas, além de orfanatos, asilos, cooperativas, entidades educacionais, de saúde e associações civis dos mais variados fins e propósitos. Mas a questão é saber se esta é a melhor forma de participação do cidadão diante das obrigações do próprio Estado. Ao par de compreendermos a função do Estado, também temos de compreender a função da própria cidadania.
Fonte: Jorge Maranhão

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