BRINCANDO DE FAZER POLICIA "SEGURANÇA"


Enquanto assistimos e vimos na mídia, grandes informes a respeito de fabulosas quantias, jamais vista no Ceará, investidas na Segurança Pública, por outro lado, assistimos estarrecidos os aumentos da criminalidade, em índices nada esperançosos. A propósito, pesquisando a Internet e verificando os sites de relacionamentos, vemos incrédulos, os descontentamentos da classe policial, a qual, como front de uma guerra social sem fim, trabalha coagida, perseguida por superiores hierárquicos, desmotivada e sem nenhuma confiança na classe governante, mercê de sua premência profissional. Reclama-se de uma carga horária estafante e ilegal que varia entre 48 (capital) e 96 horas (no interior) ininterrupta, sem adicionais noturnos ou horas extras, como preconiza a legislação trabalhista e a Carta Maior do País. Ainda, das péssimas condições de trabalho, falta de apoio das autoridades constituídas, baixíssimos salários, falta de promoções, sucateamento de viaturas, delegacias, armamento obsoleto, péssima alimentação, ausência da policia judiciária (delegados, inspetores, escrivães) – sobrecarregando a policia militar, separação dos entes queridos (filhos, esposa) etc. No dizer de um jurista: “...Nada suscita no homem maior rebeldia, nem o mobiliza mais para o confronto, do que a frustração resultante da insatisfação de necessidades, que se lhe afiguram prementes. Quanto mais essencial se mostra uma necessidade para um homem, tanto maior a tensão que disso decorre e maior, por igual, sua mobilização para satisfazê-la. Acredito nada melhor definir "INJUSTIÇA" que esse estado de INSATISFAÇÃO. Jamais vi alguém satisfeito dizer-se injustiçado ou mobilizar-se para merecer justiça. Assim, INJUSTIÇA e INSATISFAÇÃO se apresentam como irmãs gêmeas univitelinas e xifópagas; não há cirurgia que as separe, para lhes dá vida autônoma. Basicamente, uma será sempre o que a outra for.” Como então se pode fazer segurança pública, se o homem – principal artífice das operações policiais se encontra injustiçado e desmotivado em sua profissão? Se os governantes preferem uma farda vistosa e uma viatura imponente, em troca da valorização do homem. Urgentemente é necessário rever conceitos e atitudes dos governantes, imprimindo-se investimentos na valoração pessoal dos profissionais de policia ou a sociedade estará irremediavelmente fadada ao sacrifício dos “foras da lei”. A sociedade se encontra vítima do descaso das autoridades por não terem segurança e dos marginais por se sentirem livres para seus cometimentos delituosos. Em recentes tempos, quando secretário da segurança, o Dr. Moroni, encontrou na motivação e na valorização dos profissionais a chave para o combate aos assaltos de bancos, extinção das pistolagens, roubo, tráficos, e ainda tinha delegacias em todos os interiores, etc. E o resultado todos sabem, quem ganhou foi a sociedade e hoje tudo recrudesce. Hoje não temos delegacias em todos os interiores – apenas cerca 40% do 184 municípios, as mesmas distritais de antes (mesmo com o aumento da população), aumento de crimes por pistolagens, roubos, assaltos, tráficos. Onde vamos parar sem contarmos com a nossa valorosa policia desmotivada e sem contingente suficiente para atender a sociedade?

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