O galego não está satisfeito com as ações do Governo Cearense

O galego não está satisfeito com as ações do Governo cearense. Fato. Ontem, durante seminário realizado em Crato, Tasso Jereissati (PSDB) deixou claro como o ninho discorda das políticas implementadas pela administração Cid Gomes (PSB). Desde o ano passado, o eterno líder do tucanato ouve as lamúrias dos correligionários pela suposta falta de espaço que têm no Palácio Iracema. Ao abrir o discurso, Tasso até ensaiou um “estou aqui mais para ouvir os anseios do que para falar”. Contudo, a platéia lotada de lideranças do Cariri o fez disparar: “não estou feliz com o que vejo em todo o Nordeste. Não tenho visto um projeto novo para o desenvolvimento. Não tem uma obra que podemos dizer que terá impacto na vida do povo e mudar o patamar de renda das pessoas”. Ele reclamou especialmente da apatia do Executivo em formular propostas nas áreas de Educação e Saúde. Para Tasso, são esses os dois maiores gargalos de gestão, pois os indicadores de qualidade de ensino têm caído ao passo que o quantitativo da mortalidade infantil está em ascensão. Hoje, o principal destino de recursos tem sido a Segurança Pública, reforçada periodicamente com o avanço do Programa Ronda do Quarteirão para o Interior. O senador ponderou ainda qual prioridade tem sido dada para atrair investidores para o Estado. “Não vemos uma grande indústria que tenha se implantado aqui. Onde estão? Onde está acontecendo o desenvolvimento?”, indagou, complementando que a sensação - dele, do PSDB e das lideranças - é de que o Nordeste “parou” e as coisas estão “sendo levadas”. “Não está ruim nem está bom. Enquanto isso continuamos com um povo muito pobre”, alfinetou. Tasso afirmou que essa análise de inércia reflete a acomodação de todos os governadores do Nordeste e a falta de revide do eleitorado. Conforme declarou, a população de baixa renda - que compõe boa parte dos colégios de voto - se conforma em receber a Bolsa Família. Por conta disso, não reage aos poucos projetos. Nesse tocante, alertou para a paternidade do Programa de maior sucesso do Governo Lula. “É uma excelente iniciativa. Mas temos que lembrar que nasceu lá atrás, nos tempos de Fernando Henrique Cardoso, com o Bolsa Escola. E não é o suficiente, porque a pessoa vai viver sempre precisando de ajuda”, analisou. Em seguida, confirmou a disposição do PSDB de lançar candidatos próprios aos Palácios do Planalto e Iracema. Segundo ele, porque o Ceará precisa de uma “chacoalhada”. A batida de martelo quanto ao futuro da legenda deve acontecer até o final deste ano, após outros encontros como o de ontem serem realizados e negociações diretamente com o governador acontecerem. “Vamos avaliar muito e, através de números, estudos e estatísticas, acompanhar cada passo do Governo. Nenhuma decisão será tomada sem que todos sejam ouvidos. Isso [as coligações para 2010] será um projeto coletivo e não em cima da vaidade de quem quer que seja”, alertou. Encerrando o discurso, o senador brincou com piadas a respeito de sua idade e desempenho parlamentar. Há quem diga que Tasso está velho e não tem “pique” para suportar mais oito anos de Senado - caso opte pela re-eleição - ou quatro anos de Governo - caso seja convencido a confrontar Cid. “Até que estou ficando velho mesmo. Mas não vou me acomodar. Independente do lugar que eu esteja, tenho a obrigação de continuar trabalhando”, pontuou. OS ELOGIOS DO GALEGO Antes de iniciar o discurso, Tasso destacou a presença de algumas lideranças no seminário. A cada uma, enalteceu “características”. Para o deputado federal José Arnon Bezerra (PTB-CE), disse: “ele, que faz o trabalho de formiguinha, tomando chá de cadeira na porta dos ministérios”. À deputada Tânia Gurgel: “mulher valente”. Ao presidente estadual do partido, Carlos Matos: “essa jovem liderança que tenta construir sua trajetória”. ( O Estado)

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